29. VERDADES E SEGREDOS
CAPÍTULO VINTE E NOVE
❛ verdades e segredos ❜
DEANNA ESTICOU OS braços e bocejou. Era o primeiro dia de descanso que ela tinha em semanas, já que estava ocupada com dever de casa e treino de quadribol. Ela também tinha ido aos jantares de Slughorn, mas era só para ter certeza de que Cornick McSlugs não chegaria perto de Hermione. Ela se sentia mal por não poder passar muito tempo com o pai e por não poder visitar Aberforth e Ariana tanto assim, mas ela havia enviado cartas para eles e iria visitá-los no dia seguinte de qualquer maneira.
— Pops, você está aqui! — Deanna deu-lhe um abraço apertado, vendo que seu pai estava atrás de sua mesa, diferente das últimas semanas. Ele estava sempre em outro lugar e ela estava ficando preocupada com ele.
— Senti sua falta, amor. — Dumbledore a beijou na testa. — Sinto muito, seu velho tem estado ocupado com assuntos urgentes. Como você tem passado?
E ela e Dumbledore trocaram histórias sobre como o tempo deles tinha passado. O que divertia Dumbledore era o fato de Hermione Granger ser mencionada a cada 10 segundos ou mais. Claro, ele não insistiu nisso porque não queria perturbar a filha e queria falar muito com ela depois de sentir muita falta dela.
Dumbledore, por outro lado, era vago com suas histórias. Ele apenas dizia que estava fazendo coisas para a Ordem e se preparando mais para a próxima lição com Harry. Ele também disse que estava aprendendo mais do que podia sobre suas profecias.
— Ei, Pops. Tenho uma pergunta. — Deanna disse de repente. Dumbledore soltou um zumbido para dizer a ela para continuar. — Eu ouvi de Mione...
Deanna se interrompeu e continuou como se não tivesse dito nada, mas o rubor em suas bochechas dizia o contrário. — Quer dizer... Eu li que se alguém nascesse de uma poção do amor, essa pessoa não teria a habilidade de amar... Por que V-Voldemort se apaixonou por mim?
Dumbledore olhou para ela por um momento antes de concordar. — Sua profecia... Era uma profecia de muito tempo atrás, muito antes de você e Voldemort nascerem. A avó de Sibyll Trelawney, Cassandra Trelawney, fez a profecia na frente de Gellert Grindelwald. Grindelwald me contou sobre a profecia, já que poderia ter sido Ariana, mas então, você sabe o que aconteceu.
Deanna apenas assentiu em compreensão e apertou a mão dele. Mesmo que já tivesse passado muito tempo, a dor nunca tinha ido embora.
Dumbledore respirou fundo e falou novamente. — Após a morte de Ariana, a profecia foi esquecida... Até você chegar, amor. Você chegou, e nós pensamos que poderia ter sido você, mas então, você e Tom estavam apaixonados um pelo outro. Nenhum de nós sabia naquela época que Tom era o Herdeiro da Sonserina, então mais uma vez foi esquecido. E três anos atrás, Harry, Ron e Hermione descobriram que Tom era de fato o Herdeiro da Sonserina.
— Você voltou há um ano, e foi quando tivemos certeza. Você e Tom são os que estão na profecia. — Dumbledore olhou nos olhos de Deanna. — Profecias são tão fortes que impactam a vida, os sentimentos e a mente de alguém... Você entende o que estou tentando dizer?
Deanna sentiu a voz ficar presa na garganta e seus olhos lacrimejaram, então ela simplesmente assentiu.
Os olhos de Dumbledore se suavizaram e ele falou com uma voz gentil. — Você e Tom foram feitos para se amarem. Foi essa profecia que previu seu destino. Ele estava com medo e desejava poder. Foi isso que mudou o amor que você tinha por ele.
— Então, ele nunca poderá amar outra pessoa? — Deanna sussurrou. Ela pode não estar mais apaixonada por Tom Riddle, mas sempre haveria uma parte dela que seria de Tom. Isso nunca mudaria. Tom Riddle foi seu primeiro amor, e isso nunca mudaria. O fato de que ele nunca poderia amar novamente partiu seu coração.
— Você é a única que ele amou e a única que ele amará para sempre. — Dumbledore a abraçou e beijou o topo de sua cabeça. — Eu sei que é demais para você assimilar, amor, mas eu queria te contar a verdade.
Deanna relaxou no abraço do pai e deixou suas lágrimas caírem. Por ela e Tom. Pela triste realidade do amor deles. Que uma profecia era uma razão pela qual eles se apaixonaram um pelo outro. Seja qual for o caso, ela não se arrependia de amar Tom Riddle porque amar Tom a havia levado à vida que ela tinha agora.
'Esta é a única coisa que posso lhe oferecer. Porque há uma verdade maior que não posso lhe contar.' Dumbledore pensou consigo mesmo enquanto apertava seu abraço em Deanna.
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— Leve Fawkes com você. — Deanna franziu a testa para Dumbledore, que riu dela e assentiu.
— Sim, eu vou, amor. Divirta-se com Hagrid antes de ir para Aberforth. — Dumbledore beijou o topo da cabeça dela. Fawkes acariciou a bochecha de Deanna antes de pousar no ombro de Dumbledore e os dois desapareceram com um Pop!
Deanna foi até a cabana de Hagrid e bateu na porta. — Ruby?
A porta se abriu para revelar um Hagrid sorridente. — Dee! — ele deu um abraço apertado na garotinha e a deixou entrar em sua cabana. — Você está pronta?
— Claro, é a primeira vez que vejo Grawpy e Witherwings desde que o verão começou. Vamos! — Deanna deixou Hagrid guiá-la pela Floresta Proibida enquanto ouvia as histórias de Hagrid sobre seu meio-irmão e o Hipogrifo.
— Olá, Grawpy, Witherwings! — Deanna acenou para os dois quando eles finalmente chegaram ao centro da Floresta. Os dois foram trazidos por Hagrid para que pudessem tomar um pouco de ar fresco e também para que pudessem conhecer Deanna. — Como vocês dois estão?
— Dee! — gritou Grope e pegou a Lufa-Lufa, que riu e deu um tapinha em sua mão. Depois de alguns momentos, ele colocou Deanna no chão. Deanna fez uma reverência para Witherwings, que imediatamente aninhou sua cabeça na mão de Deanna. Hagrid observou seus três amigos com um sorriso suave no rosto. Deanna sempre seria sua melhor amiga, não importa o que acontecesse. Ninguém poderia superar a sinceridade e a compreensão que Deanna tinha nela.
— Aragog está morrendo, Dee... — ao ouvir as palavras de Hagrid, Deanna foi até ele e lhe deu um abraço.
— Há algo que eu possa fazer, Ruby? — Deanna sentiu-se mal por ele. Aragog foi um dos primeiros amigos de Hagrid, e ela conhecia a dor de perder seus amigos. Ela havia perdido muito no que parecia ser um ano para ela, e a única coisa que ela podia fazer era estar lá por Hagrid.
— Vai ficar tudo bem, Rubeus. Vai ficar tudo bem. — Deanna deu um tapinha nas costas do meio-gigante soluçante e o segurou o máximo que pôde em seus braços. Ficaria tudo bem no final.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
Depois que Hagrid se acalmou, ele levou Deanna para Hogsmeade. Deanna foi sozinha até o Cabeça de Javali e sorriu para o homem atrás do balcão. — Tio Ab!
— Oh, minha pequena Ari! — Aberforth envolveu seus braços em volta de sua sobrinha e acariciou seu cabelo. — Você está comendo bem? Parece que perdeu algum peso.
— Estou bem. Não se preocupe comigo. E você? Você tem se cuidado? — Deanna levantou uma sobrancelha para ele. Aberforth apenas riu e fez sinal para que ela fosse para seu antigo quarto, onde Ariana estava.
— Tia Ari! — Deanna deu um beijo na bochecha do retrato.
— Oh, meu Deus. Um cachorrinho animado agora, não é? Eu também senti sua falta, Deanna. — Ariana sorriu largamente para sua sobrinha que estava deitada na cama. — Como você está?
Deanna contou a ela sobre como os últimos meses tinham sido, e ela ficou extremamente animada quando falou sobre Hermione e o aniversário da Grifinória. Ariana apenas riu e se perguntou se sua sobrinha percebeu a extensão dos sentimentos que ela tinha por Hermione. Parecia que ela estava pensando que só gostava de Hermione... Mas Ariana sabia. Já era algo mais profundo do que isso.
Depois de falar com Ariana, Deanna desceu para falar com Aberforth, que havia fechado a loja. — Como você está, tio Ab?
— Estou bem, querida. A mesma coisa de sempre. E você? — e Deanna começou de novo. Aberforth apenas ria e escutava porque Hermione Granger não parava de aparecer na história de Deanna, mas ele achava que era assim que as pessoas agiam quando se apaixonavam completamente por alguém.
— Mas tio Ab... — Deanna de repente ficou séria, e isso preocupou Aberforth.
— Sim?
— O que você faz se tem esse peso em você? Todo mundo espera que você faça isso... Mas não é tão fácil assim. Você tem que lutar contra pessoas que você conheceu e tudo porque é isso que você está destinado a fazer... E para o bem maior. — Deanna soltou um suspiro e tomou um gole do leite achocolatado que Aberforth tinha acabado de lhe dar.
— O que você quer dizer, amor? — Aberforth perguntou cautelosamente, mas de alguma forma, ele sabia onde isso estava indo. Algo antes esquecido estava surgindo novamente, mas ele não queria que acontecesse. Ele pode ter esperado, mas isso não significava que ele queria.
— Eu tenho uma profecia, tio Ab. O herdeiro da Sonserina e o herdeiro das fênix... Um amor que foi destinado, mas quebrado por escolhas feitas por amor e sede de poder... Uma conexão que durará até a fênix queimar... Ela é o muro entre o Lorde das Trevas e o Garoto... Entre o Lorde das Trevas e o Garoto, nenhum pode viver enquanto o outro sobrevive... E a garota muda tudo por meio de escolhas que ela fará...
Essas palavras de Deanna fizeram o rosto de Aberforth cair e os punhos cerrarem. Deanna soltou outro suspiro e olhou para Aberforth. — E foi a razão pela qual me apaixonei por Tom... Você acha que podemos vencer isso, tio Ab?
Aberforth assentiu e se forçou a sorrir, trazendo a garota para um abraço para esconder suas lágrimas. — Nós podemos vencer isso, Deanna. Nós temos você.
Deanna se aninhou em seus braços. — Obrigada, tio Ab. Eu te amo.
— Eu também te amo, pequena Ari. — Aberforth apenas apertou seu abraço para conter as emoções que estava sentindo. Raiva, tristeza, desgosto, pena. Ele estava sentindo tudo. Quando Deanna se despediu, ele correu para o antigo quarto de Deanna e foi quando ele deixou suas lágrimas caírem e soluçou com o coração.
— Ab, o que houve? — Ariana perguntou preocupada.
— E-ela é a herdeira... Ela é a herdeira da fênix. — Aberforth conseguiu dizer em meio ao choro. Os olhos de Ariana se encheram de lágrimas, mas ela as forçou a descer e falou palavras de conforto para seu irmão. A profecia miserável... A profecia que falava de salvação... Aberforth queria gritar e amaldiçoar todos eles, pedir para que mudassem. Mas não adiantou, parte disso já estava cumprida. Ele só esperava que a parte escondida não viesse.
Deanna estava andando pela rua quando, de repente, alguém gritou. Ela correu na direção da voz e viu uma das artilheiras da Grifinória, Katie Bell, subindo no ar e havia um pacote perto dela enquanto Harry, Ron, Hermione e uma das Lufa-Lufas, Leanne, tentavam puxá-la para baixo.
Deanna começou a correr em direção à escola para pedir ajuda e avistou Hagrid. — Rubeus, precisamos de ajuda! Katie Bell foi amaldiçoada.
— O que?
Deanna começou a puxar Hagrid para trás e eles de alguma forma esbarraram em Harry que estava prestes a falar quando Deanna o interrompeu. — Está tudo bem. Eu disse a ele, vamos lá. — eles correram para onde Katie, Ron, Hermione e Leanne estavam.
— Para trás! — gritou Hagrid. — Deixe-me vê-la!
— Algo aconteceu com ela! — soluçou Leanne. — Eu não sei o que...
Hagrid olhou para Katie por um momento antes de pegá-la nos braços e correr em direção ao castelo, enquanto os gritos de Katie Bell desapareciam.
Deanna deu um tapinha nas costas de Leanne para confortá-la. — Vai ficar tudo bem, Leanne.
— Aconteceu de repente, ou...? — Hermione perguntou a ela.
— Foi quando aquele pacote rasgou. — soluçou Leanne, apontando para o pacote. Ron estava prestes a tocá-lo quando Harry o puxou de volta.
— Não toque nele! — Harry se agachou e olhou para ele. — Estava em exposição na Borgin and Burkes eras atrás. O rótulo dizia que era amaldiçoado. Katie deve ter tocado nele. Como Katie conseguiu isso?
— Bem, é por isso que estávamos discutindo. Ela voltou do banheiro no Três Vassouras segurando-o, disse que era uma surpresa para alguém em Hogwarts e que ela tinha que entregá-lo. Ela parecia toda engraçada quando disse isso... Oh não, oh não, aposto que ela tinha sido Imperiusada e eu não percebi! — Leanne tremeu com soluços renovados.
— Não é sua culpa, Leanne. — Deanna esfregou as costas e deixou a garota soluçar em seu ombro.
Hermione deu um tapinha gentil em seu ombro. — Ela não disse quem deu a ela, Leanne?
— Não... Ela não me contou... E eu disse que ela estava sendo estúpida e para não levar isso para a escola, mas ela simplesmente não quis ouvir e... E então eu tentei arrancar o objeto dela... — Leanne soltou um gemido de desespero.
— É melhor irmos para a escola. — disse Hermione, seu braço ainda em volta de Leanne. — Nós poderemos descobrir como ela está. Vamos... — Deanna assentiu e apoiou Leanne enquanto elas seguiam em direção ao Castelo.
— Malfoy sabe sobre esse colar. — Harry deixou escapar quando eles entraram no terreno. — Estava em uma caixa na Borgin e Burkes quatro anos atrás, eu o vi dando uma boa olhada nele enquanto eu estava me escondendo dele e do pai dele. Foi isso que ele estava comprando naquele dia quando o seguimos! Ele se lembrou e voltou para pegá-lo!
— E-eu não sei, Harry. — disse Ron hesitantemente. — Muitas pessoas vão à Borgin and Burkes... E aquela garota não disse que Katie pegou no banheiro feminino?
— Ela disse que voltou do banheiro com ele, mas não necessariamente o pegou no banheiro em si.
— McGonagall! — disse Ron em tom de advertência.
Deanna levantou a cabeça e viu Minerva correndo em direção a eles. — Hagrid disse que vocês cinco viram o que aconteceu com Katie Bell - subam para o meu escritório imediatamente, por favor! O que é isso que você está segurando, Potter?
— É a coisa que ela tocou. — disse Harry.
— Meu Deus. — disse Minerva, parecendo alarmada enquanto pegava o colar de Harry. — Não, não, Filch, eles estão comigo! Leve este colar para o Professor Snape imediatamente, mas certifique-se de não tocá-lo, mantenha-o enrolado no cachecol!
Minerva os levou para seu escritório e fechou a porta. — Bem? O que aconteceu? — Leanne contou a Minerva toda a história enquanto soluçava, apesar de ter parado algumas vezes, e Deanna balançou a cabeça para Minerva quando a Professora abriu a boca. Minerva assentiu em compreensão. — Tudo bem, vá até a ala hospitalar, por favor, Leanne, e peça à Madame Pomfrey para lhe dar algo para choque.
— Eu vou com você. — Deanna ofereceu. Ela deu um tapinha nos ombros de Harry e Ron e apertou a mão de Hermione. Ao passar por Minerva, ela sussurrou. — Eu volto depois, Min. Espero alguns cachorros-quentes. — Minerva balançou a cabeça divertida e sorriu levemente enquanto Deanna ajudava Leanne a sair do escritório.
O caminho para a ala hospitalar era silencioso e Deanna apenas dava tapinhas reconfortantes no texugo mais velho. O que ela deve ter testemunhado a assustou e ela sabia que o que Leanne precisava era de alguém para estar lá.
— Oh, querida. Venha aqui então. — Madame Pomfrey os conduziu para dentro. — Você está bem, Deanna? Algum ferimento?
— Estou bem, Madame Pomfrey. — Deanna sorriu para a matrona e deu um último tapinha no ombro de Leanne. — Descanse bem, Leanne. Vou indo agora.
— Obrigada, Deanna... — Leanne disse agradecida. Deanna assentiu uma vez para ela e saiu da Ala Hospitalar. Ao virar a esquina, ela esbarrou em alguém, e para sua surpresa, era Pansy Parkinson.
— Pansy Parkinson. — Deanna sorriu para a sonserina. — Como você está?
— Não é da sua conta. — Pansy passou por ela e começou a andar. Então, Deanna se lembrou do que Harry havia dito sobre o colar. Draco Malfoy deve ter comprado da Borgin and Burkes. Ela correu atrás de Pansy e a puxou para o armário de vassouras mais próximo, onde havia apenas alguns centímetros de distância entre eles.
— O-o que você está fazendo? — Pansy gaguejou, suas bochechas corando com a proximidade.
— Eu só queria perguntar uma coisa. — Deanna olhou nos olhos de Pansy, e isso a deixou nervosa. O olhar que a lufa-lufa tinha sobre ela era autoritário, o tipo de olhar que examinava você por dentro e por fora. — Ele fez de Draco Malfoy um Comensal da Morte, não fez?
Pansy congelou com isso e tentou passar por Deanna para sair do armário. — Pare de meter o nariz nos negócios dos outros. Estou fora daqui. — mas Deanna a bloqueou com o braço e se inclinou para mais perto, querendo fazer seu ponto. Ela não sabia que estava fazendo o coração de Pansy acelerar a cada centímetro que ela se aproximava.
— Você sabe que não precisa fazer essas escolhas, certo? Só porque seus pais eram Comensais da Morte, não significa que você precisa fazer o mesmo. — Deanna falou gentilmente com um sorriso suave. Ela não queria afastá-los, mas sabia que eles precisavam de ajuda. Eles estavam sendo sufocados pelas escolhas de seus pais, e ela queria libertá-los.
Pansy não sabia, mas suas lágrimas caíram com as palavras de Deanna. Essas eram as palavras que elas tanto queriam ouvir, mas ninguém havia dito a elas. Mas Deanna... De todas as pessoas, Deanna Dumbledore foi a pessoa que lhe disse aquelas palavras que ela queria desesperadamente ouvir.
Deanna pegou a garota mais alta em seus braços e enxugou suas lágrimas gentilmente. Ela sentiu seu coração se partir com os gritos de Pansy e lançou um Feitiço Silenciador não verbal na porta com sua varinha. Ela deixou a garota chorar porque parecia que fazia muito tempo desde a última vez que ela fizera isso.
— Então... — Deanna sentou-se ao lado de Pansy e as duas se encostaram na parede quando Pansy se acalmou. Ela sorriu para a garota ao lado dela. — Eu vou proteger vocês o máximo que puder. Este segredo, vocês e o resto dos sonserinos. Eu farei o meu melhor. Quando tudo isso acabar, vocês todos poderão ter uma vida melhor, fazendo o que puderem para consertar a si mesmos e suas vidas.
— Você acha que podemos fazer isso? — Pansy riu sem graça. — Filhos de Comensais da Morte. Não temos escolha, diferente de você. Você pode honestamente nos proteger dele?
— No momento em que você escolhe não ter escolha, você faz sua escolha. — Deanna apertou a mão de Pansy. — Quanto a proteger vocês, eu posso não ser capaz de fazer isso agora, mas espere um pouco. Espere um pouco, e eu farei de tudo para salvá-la e protegê-la dele.
Pansy queria protestar, mas a sinceridade nos olhos de Deanna a fez suspirar e concordar. — Obrigada... Mantenha isso em segredo, por favor.
— Claro! — Deanna sorriu para ela. — E eu vou te contar um segredo também que nunca contei a ninguém antes, então será justo. — Pansy se animou com isso e levantou uma sobrancelha para Dumbledore.
— Eu gosto de Hermione Granger. — Deanna corou com as palavras que tinha acabado de dizer. Ela olhou para baixo e se perguntou como seria dizer aquelas palavras a Hermione. Era a primeira vez que ela admitia isso para outra pessoa, que realmente dizia aquelas palavras, e era bom fazer isso.
Pansy olhou para ela por um momento, seu coração se sentindo pesado com essas palavras. Ela honestamente gostou de Deanna Dumbledore desde o primeiro momento em que pôs os olhos na texuga, mas outra pessoa possuía seu coração, então ela apenas sorriu. — Bem, acho que nós duas temos segredos.
— Amigas guardam segredos bem. — Deanna cutucou-a provocativamente, fazendo Pansy bufar e Deanna rir. Logo, Pansy foi infectada pela risada contagiante de Deanna e as duas riram naquele pequeno armário de vassouras que de alguma forma se tornou um espaço seguro para elas.
Pansy sorriu suavemente para a texuga ao seu lado. Ela pode ter sido rejeitada indiretamente, mas ganhou uma amiga. E de repente, o mundo não parecia mais tão assustador.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
— Venha - Aberforth. — Albus Dumbledore sentou-se ereto em seu assento ao ver seu irmão. Aberforth correu até ele com fúria nos olhos. A mesma fúria que ele tinha na noite em que Ariana morreu.
— O que...? — Dumbledore foi interrompido porque Aberforth de repente lhe deu um soco no queixo.
— Você não mudou nada. — Aberforth tremeu ao dizer isso. — Você não mudou. Por uma vez na vida, você não consegue pensar no bem maior e pensar na sua família?
Segurando o maxilar, Dumbledore agora percebeu que Aberforth tinha descoberto a profecia e a parte de Deanna nela. Ele se levantou e tentou acalmar o irmão. — Aberforth...
— Você nem consegue contar tudo a ela! — Aberforth gritou para ele, com lágrimas caindo dos olhos. — Pela primeira vez na vida... Pense na sua filha. Você a perdeu uma vez. Você vai perdê-la de novo. — e sem esperar por uma resposta, ele deixou Dumbledore lá. Dumbledore estava chorando, mas ele tentou silenciar seus gritos porque sabia que Deanna estava lá em cima, e ela poderia estar acordada.
Dumbledore subiu e deu uma espiada no quarto de Deanna, onde Deanna dormia pacificamente. Ele estava apenas grato por sua filha dormir profundamente e não ter ouvido nada.
Enquanto Dumbledore acariciava o cabelo dela, ele sabia que seria apenas uma questão de tempo até que Deanna soubesse de toda a profecia. Também seria uma questão de tempo até sua própria morte. Mas até lá, ele queria ser egoísta. Ele queria manter a inocência de sua filha antes de deixá-la saber do destino que a aguardava.
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